quarta-feira, 15 de agosto de 2012
O CORONEL LICIO MACIEL RELATANDO COMO ELE E SUA EQUIPE MATARAM O GRUPO DE GUERRILHEIROS DO QUAL ZÉ CARLOS FAZIA PARTE
Equipe em formação de combate em linha, eu sem poder mais rastejar devido à proximidade de um guerrilheiro, levantei-me e gritei a ordem de prisão, obtendo como resposta um tiro dado por um deles que estava de vigia mais atrás e que não tinha sido visto. O revide foi inevitável, imediato. Mero suicídio. O tiroteio foi intenso e prolongado; quem se mexia tomava bala.
Terminado o tiroteio, silêncio na mata, estavam mortos: “Zé Carlos” (André Grabois), “Alfredo” (Antonio Alfredo Lima), e “Zebão” (João Gualberto Calatroni), todos identificados pelo único sobrevivente, o “Nunes” (Divino Ferreira de Souza), que estava muito ferido, com um projétil que lhe atravessou o corpo transversalmente, entrando no quadril de um lado e saindo na axila do outro lado, quase arrancando-lhe o braço. Mas foi ele quem deu os nomes dos mortos e a importância do grupo, embora falando com muita dificuldade. À noite, mal podia falar. O que conseguiu fugir era o “João Araguaia” Demerval Pereira da Silva).
(Trecho retirado do livro: Guerrilha do Araguaia – relato de um combatente, escrito por Licio Maciel – 2008, pag. 54)
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