terça-feira, 26 de março de 2024

Memória coletiva*

Memória coletiva é um conceito historiográfico definido como um repositório abstrato de informações referentes a uma comunidade, grupo ou lugar que se constitui a partir de memórias individuais em seu processo de interação social. A memória coletiva é composta de símbolos, histórias, narrações e imagens que participam da construção identitária de determinado conjunto de indivíduos. O conceito de memória coletiva foi desenvolvido pelo sociólogo francês Maurice Halbwachs (1877-1945) em seu livro "Memória e Sociedade" (1925). Halbwachs argumentou que a memória não é uma propriedade individual, mas sim uma construção social que é compartilhada por um grupo de pessoas. Ele afirmou que a memória coletiva é moldada por fatores como a cultura, a ideologia, as instituições e os eventos históricos. A memória coletiva é importante porque nos ajuda a entender nossa própria história e a história de nossos antepassados. Ela também nos ajuda a nos conectar com outras pessoas que compartilham nossas experiências. A memória coletiva pode ser um lugar de cura, aprendizado e crescimento. Ela pode nos ajudar a nos tornar mais fortes, mais resilientes e mais compassivos. Alguns exemplos de memória coletiva incluem: As histórias que nos contam sobre nossos antepassadosOs símbolos que representam nossa culturaOs eventos históricos que nos moldaramOs lugares que são importantes para nós. A memória coletiva não é estática, mas sim dinâmica. Ela está constantemente sendo recriada e reinventada. A memória coletiva é importante porque nos ajuda a entender nosso lugar no mundo e a nos conectar com outras pessoas. * Texto criado por IA em 3 de dezembro de 2023.

Roberto DaMatta falando sobre tempo e trabalho nas populações tradicionais

DaMatta (1997) no diálogo com Dumont (1975), relata que, "Nessas sociedades tradicionais - nas quais o todo predomina sobre as partes -, as atividades do trabalho não se separam de um tempo necessário para realizá-las, nem o trabalho é visto como realidade isolada, individualizada, inteiramente divorciada do homem que o realiza, concepção fundamental para que se possua o trabalho e se explore o homem. Tudo está coerentemente totalizando em uma forma de realidade social em que o abrangente não é o tempo percebido - como entidade dotada de sentido, força, razão e realidade - mas as relações sociais que são aqui totalizantes. Ou, em outras palavras, nos sistemas tradicionais, o indivíduo não é básico, as relações dos homens com as coisas não são mais valorizadas do que os elos dos homens entre si e, finalmente, a riqueza não é uma categoria autônoma, dominada por bens móveis" (p. 27-28). DaMatta, Roberto da. Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. 6 Ed. Rio de Janeiro. Rocco, 1997.

Etnografia

Hammersley e Atkinson (2022) ao falarem sobre o que os etnógrafos fazem, relatam que " Assim, em relação ao que os textos de metodologia definem como desenho de pesquisa, os etnógrafos geralmente empregam uma abordagem relativamente aberta, assim como os pesquisadores qualitativos, de um modo geral (cf. MAX WELL, 2013). Eles partem do interesse em algum aspecto da vida social, tipo de situação, grupo de pessoas ou tema específicos. E, embora eles geralmente tenham em mente aquilo que o antropólogo Malinowski - considerado, muitas vezes, o inventor do trabalho de campo antropológico moderno – chamou de problemas antecipados, a sua inclinação é exploratória. O objetivo é investigar alguns aspectos da vida das pessoas, o que elas fazem, como elas encaram as situações que enfrentam, como consideram umas às outras, e também como veem a si mesmas. A expectativa é que os interesses e as questões iniciais que motivaram a pesquisa sejam apurados e, talvez, até mesmo modificados no decorrer da investigação, e que isso talvez demande um tempo considerável. Por fim, neste processo, a investigação ganhará um foco cada vez mais claro em torno de um conjunto específico de questões, o que, por sua vez, permitirá uma nova coleta de dados complementar e estratégica, de modo a buscar respostas para essas questões e contrastá-las com as evidências" (p 21). Hammersley, Martyn. Atkinson, Paul. Etnografia: princípios em prática. Trad. Beatriz Silveira Castro Filgueiras. Petrópolis, RJ: Vozes, 2022. (p. 21).

Livros sempre preocuparam

“Desde sempre os livros trazem diversas visões, diversas opiniões, de diversos autores, de diversas épocas. E é importante lembrar que o mundo dos livros é o mundo das visões dissonantes, dos debates, da construção do conhecimento e essa construção é dialética. Por isso, muitos regimes são, naturalmente, contra isso, por princípio”, começou explicando. Para ela, determinadas obras, com recortes específicos do Brasil, como as do período literário do Romance de 30, com forte apelo político, ou ainda as publicações de autores que formam a base do pensamento social brasileiro, acabam por afrontar o entendimento simplista, reducionista e distorcido que o bolsonarismo tem do Brasil e de sua formação como nação. “Essas obras são uma ameaça ao pensamento dessa turma. Tome como exemplo as obras da literatura brasileira da década de 30. São obras que discutiram o Brasil, discutiram aspectos da vida nacional. Um romance como os de Graciliano Ramos, ou ainda outras publicações de autores como por exemplo Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Júnior, que foram centro do debate intelectual daquela época, mostram pra gente que o Brasil é muito mais complicado do que parece”, disse. https://revistaforum.com.br/brasil/volta-da-queima-de-livros-bolsonarismo/

Definição de território religioso

Zeny Rosendahl define territórios religiosos "...como espaços qualitativamente fortes, compostos de fixos e fluxos, e possuidores de funções e formas espaciais que constituem os meios por intermédio dos quais o território realiza efetivamente os papéis a ele atribuídos pelo agente social que o criou e controla. O território é um importante instrumento de exercício da fé e da identidade religiosa. Apresenta, além do caráter político, nítido caráter cultural, especialmente quando os agentes sociais são grupos étnico-religiosos. Território e identidade religiosa estão fortemente ligados. O sagrado reflete tanto uma identidade de fé quanto um sentimento de propriedade mútuo. Os territórios religiosos se modificam há vários séculos. Não há rigidez no tempo e no espaço é a característica que garante a compreensão das territorialidades, sejam elas formais, sejam informais, perenes ou fugazes" (p.87).

Territórios de Memória: Entrelaçando Histórias e Resistência nas Quebradeiras de Coco Babaçu

As quebradeiras de coco babaçu, mulheres guerreiras que habitam os babaçuais do Maranhão, Pará, Tocantins e Piauí, transcendem a mera coleta de frutos. São guardiãs de saberes ancestrais, tecendo relações de profunda conexão com a terra e suas memórias. Seus territórios, além de espaços físicos, configuram-se como "territórios de memória", onde a história se entrelaça com a identidade e a resistência. Memórias entrelaçadas: Saberes ancestrais: As quebradeiras detêm um conhecimento rico sobre o babaçu, transmitido de geração em geração. Dominam técnicas de coleta, beneficiamento e utilização do fruto em diversos produtos, como óleo, farinha e artesanato. Cosmovisão singular: Sua relação com o babaçu vai além do trabalho. A palmeira é vista como um ente vivo, fonte de vida e sustento, reverenciada em rituais e crenças que expressam sua cosmovisão singular. Marcas na terra: Os babaçuais guardam as marcas da história das quebradeiras. Trilhas percorridas, locais de coleta e beneficiamento do coco são como páginas de um livro aberto, contando histórias de luta, resistência e ancestralidade. Território de luta e resistência: Ameaças constantes: Os territórios de memória das quebradeiras são constantemente ameaçados pelo avanço do agronegócio, grilagem de terras e exploração predatória dos recursos naturais. Mobilização e organização: Em resposta a essas ameaças, as quebradeiras se organizam em associações e movimentos sociais, lutando por seus direitos territoriais, pela preservação do babaçu e pelo reconhecimento de seu papel fundamental na sociobiodiversidade da região. Conquistas e desafios: Através de sua luta incansável, conquistaram importantes vitórias, como a Lei do Babaçu Livre, que garante o acesso livre e gratuito às áreas de babaçuais. No entanto, novos desafios surgem, como a necessidade de fortalecer a gestão territorial e garantir a comercialização justa dos produtos do babaçu. Preservar a memória para o futuro: Reconhecimento e valorização: É fundamental reconhecer e valorizar os "territórios de memória" das quebradeiras de coco babaçu como patrimônio cultural imaterial. Políticas públicas: O Estado deve garantir políticas públicas que assegurem a proteção desses territórios, promovam o desenvolvimento sustentável e fortaleçam a identidade cultural das quebradeiras. Educação e conscientização: A educação ambiental e a conscientização da sociedade sobre a importância do babaçu e das quebradeiras são essenciais para a preservação desse legado cultural e ambiental. Ao defendermos os "territórios de memória" das quebradeiras de coco babaçu, defendemos a história, a identidade, a resistência e o futuro de um povo que tece sua vida em profunda conexão com a terra. Preservar esse legado é garantir a continuidade de saberes ancestrais, a justiça social e a sociobiodiversidade para as próximas gerações. Referências: Associação das Quebradeiras de Coco Babaçu do Maranhão (AQCB): [[URL inválido removido]]([URL inválido removido]) Ministério do Meio Ambiente: https://www.gov.br/mma/pt-br Observatório do Clima: https://www.oc.eco.br/

Mulheres e babaçu*

Nas palmeiras altaneiras do Araguaia, Mulheres fortes e destemidas, Quebradeiras de coco babaçu, com alegria, Teçam suas histórias, suas vidas. Na dança das folhas, suas mãos habilidosas, Retiram o fruto da casca dura e resistente, Com identidade marcada na terra generosa, Elas moldam o futuro, incansáveis e persistentes. Território é mais que solo e geografia, É o pulsar da vida, o coração da luta, Nas veredas e matas, com amor e poesia, Elas preservam a natureza, em cada fruta. Cultura entrelaçada nos fios do babaçu, Cantigas ancestrais ecoam sob o céu estrelado, Em rodas de conversa, risos e abraços, Elas celebram a tradição, o passado e o legado. Mulheres quebradeiras, guerreiras do cerrado, Com mãos calejadas e olhos cheios de esperança, Seu trabalho é um hino à resistência, ao sagrado, Em São Domingos do Araguaia, sua dança. Que o vento leve suas histórias além-fronteiras, E que o mundo conheça a força dessas mulheres, Quebradeiras de coco, com identidade verdadeira, Guardiãs do território, da cultura, das raízes sinceras. * Poema gerado por IA.