sábado, 2 de outubro de 2010

ALUNO AMARRADO E AMORDAÇADO II

Assim como a professora em Brasília, será que nós enquanto educadores, não amarramos e amordaçamos nossos alunos e alunas?
Acredito que sim, basta olharmos os números do IDEB das escolas do município de São Domingos do Araguaia-PA. Esses números baixos refletem as maneiras que utilizamos para educar o alunado local, pois, na maioria das vezes, nós professores privilegiamos as técnicas tradicionais de ensino.
Dessa forma, essas técnicas ditas tradicionais, não contribuem de forma decisiva no processo ensino-aprendizagem, concorrendo cada vez mais para formarmos alunos alienados, que pouco aprendem e que quase nunca entendem o porquê de se estudar as diferentes disciplinas do currículo escolar.
Assim, entendo que amarramos os alunos porque as técnicas de ensino que utilizamos não são adequadas, dificultando o aprendizado e, por conseqüência, tirando as chances reais de progressão social, pois, alunos e alunas alienados não conseguem aprovação em concursos públicos, teste de seleção, Olimpíada Brasileira de Matemática, Aprova Brasil dentre outros.
Nessa conjuntura, creio que amordaçamos os discentes a partir do momento em que, por sermos tradicionais na forma de ensinar, não damos o direito dos alunos e alunas se expressarem adequadamente, não aproveitamos os conhecimentos e a cultura que os discentes trazem dos seus cotidianos, não contextualizamos de maneira adequada os assuntos dispostos nos livros e apostilas escolares, e por fim, os avaliamos quase sempre de forma errada.
Nesse caso, entendo que uma das formas de superarmos as deficiências elencadas aqui, seria a adoção, por parte dos docentes, de novas técnicas de ensino que visem o crescimento intelectual e emocional do alunado, como Candau citada por Melo e Urbanetz (2008) fala: “cabe ao educador ser mediador nesse processo de crescimento, que deve ser pleno, ou seja, intelectual e emocional (p.137)”. Visto sob essa ótica, me parece que essa perspectiva busca meios de promover o crescimento pessoal do aluno não se esquecendo de outro sujeito atuante em todo esse processo: o professor.

MELO, Alessandro de; URBANETZ. S. Terezinha. Fundamentos de didática. Curitiba: Ibpex, 2008.
(Primeira parte disponível em http://vm.souza.zip.net/)

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