terça-feira, 26 de março de 2024

Roberto DaMatta falando sobre tempo e trabalho nas populações tradicionais

DaMatta (1997) no diálogo com Dumont (1975), relata que, "Nessas sociedades tradicionais - nas quais o todo predomina sobre as partes -, as atividades do trabalho não se separam de um tempo necessário para realizá-las, nem o trabalho é visto como realidade isolada, individualizada, inteiramente divorciada do homem que o realiza, concepção fundamental para que se possua o trabalho e se explore o homem. Tudo está coerentemente totalizando em uma forma de realidade social em que o abrangente não é o tempo percebido - como entidade dotada de sentido, força, razão e realidade - mas as relações sociais que são aqui totalizantes. Ou, em outras palavras, nos sistemas tradicionais, o indivíduo não é básico, as relações dos homens com as coisas não são mais valorizadas do que os elos dos homens entre si e, finalmente, a riqueza não é uma categoria autônoma, dominada por bens móveis" (p. 27-28). DaMatta, Roberto da. Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. 6 Ed. Rio de Janeiro. Rocco, 1997.

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