terça-feira, 26 de março de 2024

Territórios de Memória: Entrelaçando Histórias e Resistência nas Quebradeiras de Coco Babaçu

As quebradeiras de coco babaçu, mulheres guerreiras que habitam os babaçuais do Maranhão, Pará, Tocantins e Piauí, transcendem a mera coleta de frutos. São guardiãs de saberes ancestrais, tecendo relações de profunda conexão com a terra e suas memórias. Seus territórios, além de espaços físicos, configuram-se como "territórios de memória", onde a história se entrelaça com a identidade e a resistência. Memórias entrelaçadas: Saberes ancestrais: As quebradeiras detêm um conhecimento rico sobre o babaçu, transmitido de geração em geração. Dominam técnicas de coleta, beneficiamento e utilização do fruto em diversos produtos, como óleo, farinha e artesanato. Cosmovisão singular: Sua relação com o babaçu vai além do trabalho. A palmeira é vista como um ente vivo, fonte de vida e sustento, reverenciada em rituais e crenças que expressam sua cosmovisão singular. Marcas na terra: Os babaçuais guardam as marcas da história das quebradeiras. Trilhas percorridas, locais de coleta e beneficiamento do coco são como páginas de um livro aberto, contando histórias de luta, resistência e ancestralidade. Território de luta e resistência: Ameaças constantes: Os territórios de memória das quebradeiras são constantemente ameaçados pelo avanço do agronegócio, grilagem de terras e exploração predatória dos recursos naturais. Mobilização e organização: Em resposta a essas ameaças, as quebradeiras se organizam em associações e movimentos sociais, lutando por seus direitos territoriais, pela preservação do babaçu e pelo reconhecimento de seu papel fundamental na sociobiodiversidade da região. Conquistas e desafios: Através de sua luta incansável, conquistaram importantes vitórias, como a Lei do Babaçu Livre, que garante o acesso livre e gratuito às áreas de babaçuais. No entanto, novos desafios surgem, como a necessidade de fortalecer a gestão territorial e garantir a comercialização justa dos produtos do babaçu. Preservar a memória para o futuro: Reconhecimento e valorização: É fundamental reconhecer e valorizar os "territórios de memória" das quebradeiras de coco babaçu como patrimônio cultural imaterial. Políticas públicas: O Estado deve garantir políticas públicas que assegurem a proteção desses territórios, promovam o desenvolvimento sustentável e fortaleçam a identidade cultural das quebradeiras. Educação e conscientização: A educação ambiental e a conscientização da sociedade sobre a importância do babaçu e das quebradeiras são essenciais para a preservação desse legado cultural e ambiental. Ao defendermos os "territórios de memória" das quebradeiras de coco babaçu, defendemos a história, a identidade, a resistência e o futuro de um povo que tece sua vida em profunda conexão com a terra. Preservar esse legado é garantir a continuidade de saberes ancestrais, a justiça social e a sociobiodiversidade para as próximas gerações. Referências: Associação das Quebradeiras de Coco Babaçu do Maranhão (AQCB): [[URL inválido removido]]([URL inválido removido]) Ministério do Meio Ambiente: https://www.gov.br/mma/pt-br Observatório do Clima: https://www.oc.eco.br/

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